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CDL Florianópolis, ACIF e LUA apresentam estudo preliminar para requalificação do Centro da Capital com três pontos focais de melhorias

Por Assessoria de imprensa

Publicado em 15/12/2025
CDL Florianópolis, ACIF e LUA apresentam estudo preliminar para requalificação do Centro da Capital com três pontos focais de melhorias

Mercado Público, rua Esteves Júnior e Beira-mar norte receberão projetos-piloto; estudo desenvolvido com o escritório internacional Gehl Architects propõe cidade mais humana, conectada e orientada às pessoas

Nesta segunda-feira (15), Florianópolis deu mais um passo estratégico para o futuro urbano da Capital. A CDL Florianópolis, a ACIF e o LUA (Laboratório de Urbanismo e Arquitetura) da cidade, apresentaram oficialmente o estudo preliminar de requalificação de espaços públicos do Centro, com foco em um horizonte de desenvolvimento pensado para os próximos 50 anos.

Durante a apresentação, que marca a etapa 2 do escopo geral, a equipe da Gehl Architects - escritório internacional liderado pelo arquiteto e urbanista dinamarquês Jan Gehl, que coordena o estudo - compartilhou o projeto preliminar para três espaços públicos estratégicos que deverão receber intervenções futuras: a região do Mercado Público, a rua e a praça Esteves Júnior e a Beira-mar norte.

Participaram do evento representantes da CDL Florianópolis, ACIF, LUA, Prefeitura de Florianópolis, além de coordenadores e membros dos grupos de trabalho do Ciclo de Oficinas e convidados locais. 

Projetos-piloto para o Centro

A apresentação do estudo preliminar foi feita pela arquiteta Rute Nieto Ferreira, da Gehl Architects, líder na condução do projeto. A metodologia aplicada, segundo Rute, combinou análises de dados urbanos, como densidade, áreas verdes, tráfego, comércio, mobilidade ativa e tempo de deslocamento, com leitura territorial e escuta qualificada. 

O plano preliminar foi estruturado a partir de cinco estratégias orientadoras, norteando tanto os projetos-piloto quanto a visão de longo prazo para o Centro da cidade:

Mobilidade sustentável - Propõe a construção de uma rede viária completa e multimodal, com foco em pedestres e ciclistas. O objetivo é tornar mais fácil, seguro e agradável caminhar, pedalar e utilizar o transporte coletivo, reduzindo a dependência do automóvel na região central.

Espaços públicos e resiliência climática - Prevê a criação de uma rede verde-azul de espaços públicos conectados, integrando áreas de destaque e lugares do cotidiano. A estratégia busca promover soluções baseadas na natureza, como calçadas qualificadas, vegetação nativa, superfícies permeáveis e maior integração com a orla, fortalecendo a adaptação às mudanças climáticas.

Bairros completos e inclusivos - Parte do conceito de “um Centro, múltiplas identidades”, com foco em fortalecer os bairros, ampliar o acesso a serviços essenciais, incentivar usos mistos e qualificar fachadas e áreas térreas, tornando os espaços mais ativos para quem vive, trabalha ou visita a região.

Projetar para crianças - Prioriza conexões seguras, acessíveis e lúdicas entre escolas, parques e áreas residenciais. A proposta inclui mais ruas e espaços voltados aos pedestres, com atenção especial às crianças e seus cuidadores, incentivando pausas, brincadeiras e deslocamentos seguros ao ar livre.

Turismo sazonal - Busca aprimorar a experiência de quem visita Florianópolis por meio da criação de novos polos de atração, melhor distribuição do fluxo turístico e valorização da cultura e do patrimônio. A estratégia aposta em espaços públicos de qualidade, atividades diversas e melhor orientação urbana ao longo do ano.

A partir das diretrizes, durante a fase de design do projeto, também foram definidos três espaços públicos estratégicos para desenvolvimento de projetos-piloto, além da elaboração de um masterplan para a região central, que orientará futuras intervenções de forma integrada.

Mercado Vivo - Zona do Mercado Público e Rua Francisco Tolentino

Considerada o coração histórico e simbólico da cidade, a área do Mercado Público é uma das mais movimentadas do Centro, mas ainda fortemente dominada por carros e estacionamentos visíveis. A proposta prevê priorização do pedestre, mobilidade ativa e qualificação do espaço público, transformando percursos em lugares de permanência e convivência, com a potencialização e até criação de novas praças. A Rua Francisco Tolentino surge como eixo estratégico para integrar comércio, gastronomia e transporte coletivo, ativando o Centro também nos fins de semana e no período noturno.

Zona Escolar - Rua Esteves Júnior (norte) e Praça Esteves Júnior

O trecho foi selecionado pelo potencial de se tornar um protótipo de rua escolar, com trânsito acalmado, uso compartilhado e maior segurança para crianças e jovens. A proposta transforma o trecho norte da via em uma rua-praça conectada à Praça Esteves Júnior, priorizando o pedestre e o brincar. As soluções testadas poderão inspirar intervenções semelhantes em outras zonas escolares da cidade.

Travessias seguras na Beira-Mar Norte - conexão entre o Centro e o mar

Apesar de ser um dos espaços mais emblemáticos de Florianópolis, a Beira-Mar Norte ainda apresenta barreiras significativas para pedestres e ciclistas devido à extensa via expressa. O projeto propõe aumentar a permeabilidade urbana, criando travessias mais seguras e confortáveis entre o Centro e o calçadão, fortalecendo a vida pública no entorno da orla e preparando a cidade para a integração com futuros equipamentos urbanos, como o Marina Parque.

Próximos passos

Após esta apresentação, o material entra em fase de contribuições técnicas e institucionais, que serão avaliadas pelo grupo executivo do projeto. A partir desse processo colaborativo, a equipe internacional avança para a elaboração do projeto final, a ser entregue em março de 2026. 

Segundo a coordenadora do LUA e responsável técnica pelo projeto, Tatiana Filomeno, a proposta é diferente de tudo que já foi feito e pensado para Florianópolis, justamente porque vai além de intervenções pontuais e busca construir uma visão integrada para o Centro.  “O escopo inicial prevê o desenvolvimento de projetos conceituais tangíveis para espaços públicos selecionados e um plano estruturante para a área central, considerando conexões, mobilidade, espaços públicos e o ritmo urbano. Trabalhamos com ações de curto, médio e longo prazo, sempre priorizando as pessoas”, explica.

Tatiana ressalta ainda que o masterplan funcionará como uma ferramenta orientadora para futuras intervenções. “Essa estrutura urbana simplificada descreve prioridades espaciais e cria uma base para que os próximos projetos mantenham coerência, qualidade e alinhamento ao longo do tempo, inclusive além das áreas inicialmente estudadas.”

Para o presidente da CDL Florianópolis, Eduardo Koerich, o projeto representa uma oportunidade histórica de reposicionar a região como um espaço vivo e atrativo. “Estamos falando de um olhar estruturante e de longo prazo, que coloca as pessoas no centro das decisões urbanas. A CDL acredita que uma cidade mais qualificada, acessível e convidativa fortalece o comércio, gera mais segurança e impulsiona o desenvolvimento econômico de toda Florianópolis”, afirma.

Já o vice-presidente da Associação Empresarial de Florianópolis (ACIF), Thiago Amorim, destacou o papel das entidades na construção de soluções urbanas sustentáveis. “Esse projeto nasce da união entre iniciativa privada, conhecimento técnico e diálogo com o poder público. É uma contribuição concreta das entidades empresariais para o futuro de Florianópolis, com foco em competitividade urbana, qualidade de vida e atração de investimentos”, pontua.

Características próprias

Ainda durante o evento, a equipe de trabalho do Gehl Architects reforçou que o projeto em Florianópolis segue a essência de experiências internacionais bem-sucedidas, mas com total adaptação à realidade local. 

“O foco está na criação de espaços públicos mais seguros, acessíveis, ativos e democráticos, promovendo caminhabilidade, convivência e vitalidade urbana, em contraponto a modelos centrados no automóvel”, destacou a arquiteta Rute Nieto Ferreira. “Não se trata de replicar cidades como Nova York ou Copenhague, mas de aprender com princípios que funcionam e traduzi-los para o contexto cultural, social e geográfico de Florianópolis.”

O financiamento do estudo é realizado diretamente pela CDL Florianópolis e ACIF, sem custos diretos ao poder público. A implementação futura das propostas dependerá da priorização dos projetos e da definição de fontes de recursos, como instrumentos urbanísticos previstos em lei, a exemplo da Outorga Onerosa do Direito de Construir.

A expectativa é que o projeto se consolide como um plano estruturante de longo prazo, capaz de atravessar diferentes gestões e servir como referência para a transformação do Centro e, futuramente, para outros bairros da Capital.

Fotos e a apresentação completa podem ser conferidas aqui https://drive.google.com/drive/folders/1q7XAJcJpv7yPJlhKaEvsANCfmgmLxn-6?usp=sharing 

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